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Sobre o hipericão

O hipericão (Hypericum perforatum) conhecido também por St. John’s wort, é uma planta herbácea que se encontra largamente difundida na Europa, Ásia, Norte de África e nos Estados Unidos da América [1]. Em Portugal, esta é conhecida pelo nome nativo erva de São João, milfurada, e apresenta distribuição ubiquitária [1].  A planta cresce maioritariamente em caminhos, valas e florestas, sem apresentar preferência por regiões montanhosas ou planas [1].  

O hipericão pertence à família Hypericaceae, sendo uma das ervas medicinais mais antigas e investigadas [2]. Os compostos de maior interesse terapêutico são as naftodiantronas (hipericina e pseudohipericina), xantonas, flavonóides, floroglucinóis (hiperforina), que serão abordadas no tópico Compostos Bioativos [1,2]. A quantidade relativa destes constituintes varia com a parte da planta, a variação química dentro da espécie, fatores ecológicos e a época de colheita, bem como com o processamento da matéria vegetal colhida [1]. Já desde a antiguidade, que estes compostos são conhecidos pelas suas propriedades medicinais, tais como, a de agente cicatrizante, diurético, antibiótico, antiviral e antidepressivo [1]. Recentemente, é de destacar o interesse no uso clínico devido às suas propriedades antidepressivas [1].

 

A sua ação, quando comparada com o placebo, apresenta-se superior e é, ainda, comparável com moléculas de síntese, sendo que a incidência de efeitos adversos é inferior [1]. Estudos indicam que preparações com baixo nível de hiperforina são efetivas no tratamento de depressão e ansiedade e que são bem tolerados no tratamento de episódios depressivos médios a moderados [2].

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O extrato seco do hipericão é vendido tanto em farmácias, bem como em superfícies comerciais.

[1] da Cunha, A. Proença. Farmacognosia e fitoquímica, 4ª ed, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2014, pp 288

[2] Russo, Emilio, et al. "Hypericum perforatum: pharmacokinetic, mechanism of action, tolerability, and clinical drug–drug interactions." Phytotherapy research 28.5 (2014): 643-655

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